NÃO APENAS O TEXTO MAS O DIÁLOGO EM LÍNGUA ESCRITA É O CONTEÚDO DA AULA DE PORTUGUÊS
Paulo Coimbra Guedes
Jane Mari de Souza
“Ler é produzir sentido; ensinar a ler é contextualizar textos: o leitor atribui ao texto que tem diante de si o sentido que lhe é acessível”
Linguagem
-Produção de texto (discurso): Falamos e escrevemos para produzir determinados efeitos sobre os interlocutores;
- Escolha de recursos lingüísticos de outros falantes e o seu próprio ;
Ensino Tradicional de Língua Portuguesa
- Centrada na listagem de conteúdos;
- Sua utilização é vista de forma dissociada/oposta às práticas cotidianas da língua falada;
- Ensina a escrever apenas redações escolares (todas as disciplinas)
“Falsificação das condições de produção da escrita”
- Redações escolares: reprodução e submissão a formalidades estruturais;
- “O autor (o aluno) não quer escrever e o leitor (o professor) não quer ler”
- Não há intencionalidade com o leitor / escreve-se sem o propósito de ter um interlocutor para receber a mensagem que será produzida;
Redações Escolares x Produção de Discursos
- Fazer o uso consciente dos recursos expressivos da língua com a finalidade de produzir efeitos de sentido sobre determinados leitores;
“Para acreditar que o aluno tem algo a dizer é preciso que o professor acredite-se como alguém que tem algo a dizer, [...] o texto escrito pelo professor é pré-requisito para que o aluno escreva seu texto”.
“Escrever faz sentido, [...] tal como ler, escrever é produzir sentido”
Sistematizar a produção de discursos:
* público leitor: para quem estou escrevendo?
* o que tenho/quero dizer a respeito deste assunto?
* diálogo do texto com seus leitores
* orientar e reescrita: repensar o que escreveu, qual é a utilidade desta escrita?
Práticas:
Escrita privada: exercícios para desenvolver a habilidade de escrever, prática de escrita próxima das práticas da língua falada;
Escrita pública: que se direciona ao leitor, compreensão do texto, produção de conhecimento;
A ESCRITA NA AULA DE PORTUGUÊS
- Trabalho com textos / Diálogo é trabalho com textos:
- Antes de questionar os conteúdos (coesão, coerência, estrutura dos parágrafos, introdução-desenvolvimento-conclusão), perguntar o papel do texto no diálogo que participa;
(saber a estrutura; reconhecer a notícia, interpretar a mensagem)
1) escrever o que sabe, viu, presenciou;
2) discussão sobre o assunto escrito;
3) apontamentos (acrescentar, retirar), orientar a reescrita;
4) “pôr em confronto com a tradição formal de gênero”
Escrita:
- Contextos de diálogo da língua escrita / participação nestes contextos;
- Situações-exercícios: atividade intelectual e não atividade braçal da cópia;
O ATO DA LEITURA
- O livro deve dialogar com seu leitor e estar nele representado; (interação e interpretação)
“A leitura é uma experiência profundamente pessoal e resulta da permanente confrontação entre a narrativa do autor e as histórias de vida do leitor”
- Professores devem estimular seus alunos a descobrirem nos livros o gosto pela leitura, pegar o livro nas mãos “e com expectativa, apropriar-se dele e, conseqüentemente, lê-lo”.
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